Lucas 9: 62 “E Jesus lhe disse: Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus.”
Nos versículos que antecedem o texto que acabamos de ler vemos Jesus ensinando uma lição para todos aqueles que desejam segui-lo.
Jesus mostra que sua missão é mais urgente do que qualquer coisa em nossa vida. Ela é mais urgente do que qualquer dever por mais que este seja considerado sagrado pela sociedade ou pela família.
O reino de Deus é a coisa mais importante que o ser humano possa imaginar ou desejar.
A principal causa de Jesus ter vindo ao mundo foi para que tivéssemos acesso, através de seu sacrifício, ao Reino de Deus.
Durante todo o seu ministério terreno Jesus ensinou acerca dele, a sua importância e como fazer para adquiri-lo. Em Mateus 13:44-46 lemos: “Também o reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo, que um homem achou e escondeu; e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo. Outrossim, o reino dos céus é semelhante ao homem, negociante, que busca boas pérolas; E, encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e comprou-a.”
Sendo assim, algo de tamanha importância não poderia ser colocado em segundo plano em nossa vida. Por isso Jesus não aceitou que aqueles homens fossem realizar seus afazeres e obrigações antes de segui-lo. (Lc 9:59-62).
E é por isso que no primeiro capítulo do livro do profeta Ageu vemos Deus exortando o povo através de seu profeta, pois cada um tinha ido à busca de seu próprio interesse enquanto o templo do Senhor permanecia inacabado.
O texto deixa claro o que aconteceu em decorrência dessa negligência: “Semeais muito, e recolheis pouco; comeis, porém não vos fartais; bebeis, porém não vos saciais; vesti-vos, porém ninguém se aquece; e o que recebe salário, recebe-o num saco furado.”
Meus amados irmãos, Deus não aceita nada pela metade, os céus, o universo, a terra tudo é dele e conosco não é diferente, quando nos doamos para Ele devemos entregar tudo e colocá-lo como prioridade em nossa vida.
Quando o profeta Elias encontrou com a viúva de Sarepta, lhe pediu água e quando esta foi apanhar ele disse que trouxesse também um pequeno bolo. Perceba meu querido, aquela viúva poderia facilmente apanhar a água no poço e entregá-la ao profeta, não exigiria muito esforço da parte dela para realizar isso. Mas quando Elias lhe pediu um bolo, tocou no íntimo dela, pois era tudo o que ela tinha. Ela tinha que renunciar sua própria necessidade para atender ao pedido do profeta.
Perceba o que Deus está querendo nos ensinar através dessa passagem: Ele não quer metade de você, Ele não quer que você tenha qualquer reserva para com ele, tudo o que você vier necessitar Ele proverá assim como proveu para aquela viúva.
O nosso problema é que não nos doamos inteiramente para Deus e sua obra, e queremos ficar até o ponto de apanhar a água no poço, se Ele pede algo além disso, recusamos de imediato.
Aqueles homens realmente queriam seguir a Jesus, mas não estavam colocando-O como prioridade de suas vidas e desse modo Jesus não queria.
No versículo 61 lemos: “Disse também outro: Senhor, eu te seguirei, mas deixa-me despedir primeiro dos que estão em minha casa.”
Jesus sabia que ao tentar se despedir de seus familiares aquele homem poderia ser convencido por eles a desistir de seu chamado. Assim acontece conosco, as coisas que priorizamos antes do reino de Deus cada vez mais nos afastam dele, essas coisas nos convencem que o nosso chamado não é tão importante assim, portanto, pode ser adiado.
Além disso, Jesus não estava apenas implicando com o fato daquele homem querer se despedir de seus familiares primeiro. O problema estava naquela pequena partícula: “MAS”, essa conjunção adversativa é a causa do nosso problema em relação ao reino. Quando colocamos essa pequena conjunção em nossa relação com Deus não conseguimos nos doar completamente. Quer um exemplo disso? Costumamos dizer: Deus a minha vida é tua, eu te entrego tudo, mas, por favor, não me peça isso!
Nós buscamos tanto ao Senhor, oramos, jejuamos, nos santificamos, somos batizados com o Espírito Santo, recebemos dons e para que?
Para ficarmos sentados no nosso banquinho dando glória a Deus e aleluia?
Criamos temas de acampamentos dizendo: Eis-me aqui Senhor, mais intimidade com Deus e para que tudo isso?
Para que dizer Eis-me aqui Senhor e não abrir a nossa boca para que Deus coloque a sua palavra para que a comamos e assim faça parte de nossa vida?
Para que querer mais intimidade com Deus, se é na intimidade que se confidencia segredos, verdades para serem ditas sobre os telhados, mas que, na maioria das vezes, não estamos dispostos a proferi-las?
Para que querer pentecostes se as capacitações e instrumentos que Ele tem nos dados se não enterramos, guardamos em baús escondidos.
Queridos é com grande reverência que digo isso a vocês: fomos longe demais e não podemos voltar de onde estamos. As águas não estão mais nos joelhos nem tampouco na cintura, estamos bem no meio do rio e este rio só é possível atravessá-lo a nado, ou nós mergulhamos de vez ou vamos morrer afogados. Ou oferecemos a nossa pouca farinha e o pouco azeite que dispomos ou podemos morrer de fome porque a profecia de Elias ainda estará em vigor!
Ou deixamos as demais coisas para trás e priorizamos a obra do Senhor, ou os afazeres e obrigações do mundo nos sufocarão e podemos nunca mais sentir a doce presença do nosso Pai.
Deus nos confiou uma grande missão, tão nobre que os anjos almejaram realizá-la, não podemos decepcionar nosso Pai, os céus contam conosco.
Precisamos dizer como Neemias disse: estou realizando uma grande obra, de modo que não poderei descer; por que cessaria esta obra? (Ne 6:3)
As ferramentas que Ele nos deu são para serem usadas, não importa o tamanho ou quantidade, cinco pães e dois peixinhos nas mãos daquele garoto era um lanche para apenas uma pessoa, porém nas mãos de Jesus se tornaram um banquete para cinco mil pessoas.
Que tens tu na mão Sansão?
Uma queixada de jumento!
E com ela abateu mil homens.
Que tens tu na mão Moisés?
Uma vara!
E com ela feriu o grande mar vermelho que se dividiu ao meio.
Que tens tu na mão, Viúva pobre?
Apenas duas moedas de pouco valor!
E a fama desta dádiva encheu o mundo, ensinando o valor da renuncia e da consagração a Deus.
E se Deus te perguntasse hoje: Que tens tu na mão?
O que você responderia?
Uander Jeferson.
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